E por último, aquele que, para mim, foi o jogo do ano de 2013:
Menção honrosa:
A série Uncharted é já bem conhecida do público, o seu estilo de ação e aventura com grandiosos segmentos de plataformas assentes numa história bem escrita e focada nas personagens tornou-o uma das imagens de marca da Playstation 3.
O aventureiro Nathan Drake procura o místico El Dorado usando o diário do seu antepassado, o explorador Francis Drake. Embora Drake não esteja sozinho nesta aventura, rapidamente descobre que não é o único atrás dos segredos de El Dorado. Será Drake capaz de o encontrar primeiro e evitar que este caia nas mãos erradas?
Uncharted é claramente inspirado em séries de aventura arqueológica como Indiana Jones e Tomb Raider, trazendo pela um estilo bastante cinemático para os videojogos, com novos ângulos de câmara, reviravoltas na história, e um ritmo acelerado que nos envolve do início ao fim.
Os segmentos de plataformas são absolutamente estupendos, com um toque “especial” com o uso da função sixaxis do comando da Playstation 3, algo que só pode ser encontrado em exclusivos PS3.
O combate é também uma aposta forte, com uma visão semelhante à usada em Resident Evil 4, uma perspectiva por cima do ombro com um total controle da mira.
No entanto, nem só de coisas boas se faz Uncharted.
Embora a ação e combate sejam uma vertente importante no gameplay, por vezes é claramente forçado, por diversas vezes, após resolvermos um exigente puzzle e descoberto uma nova área inexplorada somos inundados por um enxame de inimigos que vá-se-lá saber como chegaram ali exatamente ao mesmo tempo que nós.
Outro ponto negativo é quando, já perto do final, somos abordados por um novo inimigo que nos traz algumas memórias de uma certa série de survival horror bem conhecida… No entanto a busca de inspiração em outros tipos de jogos é normal, e serve para chamar novos jogadores de todos os estilos.
Duas sequelas individuais foram lançadas, Uncharted 2: Among Thieves (2009) e Uncharted 3: Drake’s Deception (2011), assim como uma prequela para a PSVita, Uncharted: Golden Abyss (2012).
Uncharted foi lançado em 2007 e é um exclusivo Playstation 3, e um jogo obrigatório para os fãs de acção, aventura e plataformas.
A mais recente entrada nesta série que conta já com 9 títulos oficiais e alguns spin-offs, é toda uma reimaginação não só da história do jogo original como também da própria personagem, Lara Croft.
Aos 21 anos, Lara Croft embarca numa expedição ao Mar do Diabo, no Japão, em busca da civilização perdida de Yamatai. Quando uma terrível tempestade ataca o seu navio, Endurance, Lara dá por si naufragada na costa de uma misteriosa ilha, separada dos seus companheiros. Após ser atacada por uma figura misteriosa, Lara acorda, pendurada, numa estranha caverna repleta de símbolos e rituais pagãos. Após conseguir fugir ao louco que a havia prendido ali, Lara, começa uma busca incessante pelos seus companheiros. O principal objectivo de Lara é sobreviver e conseguir sair daquela ilha maldita. Mas conforme vai encontrando os seus companheiros, assim como alguns outros náufragos da ilha, descobre que há algo místico por detrás do naufrágio do Endurance e de todos os navios que ali embateram anteriormente. Perseguida pelos habitantes da ilha Lara é forçada lutar para conseguir escapar. E assim nasce uma sobrevivente.
Após bastante tempo de espera, finalmente foi lançado, e, embora haja alguns bugs e defeitos que não se conseguiram limar a 100%, este jogo é tudo aquilo que a Crystal Dynamics prometeu.
A beleza gráfica é estonteante, os cenários são grandes, espaçosos e cheios de pequenos pormenores e detalhes que tornam a experiência ainda mais agradável. As personagens são também elas detalhadas, inclusive os inimigos, que embora sejam reciclados, aparecem de diferentes maneiras e não dão a sensação de “mas eu não te matei já?”.
A beleza gráfica é ainda maior no que toca à personagem principal, Lara Croft. Desde as expressões faciais à fluidez de movimento, Lara age de uma maneira bastante realista. Há também que marcar que a versão PC é o primeiro jogo a usar o sistema Tress Hair FX, um sistema de cabelo realista que torna Lara ainda mais real.
E como já se falou de Lara tantas vezes, temos também que dar crédito à Lara da “vida real”, Camilla Luddington. A actriz britânica foi escolhida para emprestar não só a sua voz à nossa heroína, mas também como actriz de motion capture. O trabalho feito por Camilla é excecional, tornando Lara cada vez mais “humana”.
Ao contrário dos jogos anteriores, as fieis amigas automáticas não fazem companhia a Lara durante todo o jogo, são substituídas por um arco, uma arma mortal e silenciosa. Embora a inclusão de um arco me tenha feito alguma confusão de início, a ideia de conseguir eliminar dezenas de inimigos na segurança do meu esconderijo é bastante aliciante. Mas não pensem que os inimigos vão ficar à espera de ser mortos! Armados e com os sentidos bem apurados, depressa vão perceber que Lara está a recarregar as armas e atacam o esconderijo.
O combate neste novo jogo é, para mim, um dos pontos negativos do mesmo. Embora a mira manual seja de rápida habituação, a ideia de não ter auto-lock vai contra todos os anteriores jogos da série. No entanto é algo que faz sentido na história de uma Lara jovem e inexperiente, e é também uma maneira de atrair novos fãs de outros géneros. Esta situação é de certo modo contornável, pois é possível activar um auto-lock bastante subtil que mantém na mesma o sistema de mira manual.
Outro dos pontos negativos é a falta de túmulos.Embora toda a ilha de Yamatai seja um grande túmulo, na história principal, Lara visita apenas um túmulo. No entanto há diversos túmulos adicionais com grandes puzzles que resultam numa recompensa sob a forma de pontos de experiência.
A experiência é também um ponto bastante interessante neste jogo. Indo buscar elementos aos RPG (não fosse este Tomb Raider um jogo publicado pela Square-Enix) Lara pode tornar-se mais forte com a aquisição de novas habilidades conquistadas com pontos de experiência. Estes pontos são ganhos ao encontrar itens, ultrapassar obstáculos, resolver enigmas, caçando animais, derrotando inimigos, etc. As armas são também customizáveis, desde cartuchos de caçadeira que incendiam os inimigos, a setas explosivas que rebentam com o embate, são várias as modificações possíveis para as armas de Lara.
O sistema de saúde é outra das novidades deste jogo, Lara não têm uma barra de vida nem necessita de medipacks como nos jogos anteriores. Ao receber danos o ecrã vai lentamente perdendo a cor e enchendo de sangue, Lara deve então fugir o mais depressa possível para recuperar a sua força.
A história criada por Rihanna Pratchet (que conta também com títulos como Heavenly Sword, Prince of Persia e Mirror’s Edge no seu currículo) é absolutamente genial, e embora por vezes se torne frustrante, cria no jogador uma grande empatia, como se estivéssemos nós também na ilha.
O jogo conta ainda com um modo multiplayer no qual podemos jogar como os náufragos do Endurance ou os habitantes de Yamatai, os Solarii.
Ao contrário dos elogios recebidos pelo modo história, o modo multiplayer foi criticado por não trazer nada de novo ao género.
No conjunto, este jogo é sem dúvida um dos melhores Tomb Raider até à data, e um sério candidato a jogo do ano.
Lançado no dia 5 do passado mês de Março, Tomb Raider está disponível para XBox360, PS3 e PC.