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quarta-feira, outubro 28, 2015

Resident Evil Revelations 2

Como já devem ter percebido, Resident Evil é uma das séries "queridinhas" aqui do blog, e a última entrada da série trouxe de volta duas das personagens mais conhecidas da série numa nova e assustadora história que te vai deixar com medo de ter medo.

Claire Redfield e Moira Burton são raptadas e acordam numa estranha ilha onde descobrem ter sido infetadas com um novo vírus. Algum tempo depois Barry Burton chega à ilha em busca da sua filha e encontra uma rapariga chamada Natalia com poderes sobrenaturais.
Não querendo alongar o enredo, devo dizer que este é um dos melhores da série. Passado entre Resident Evil 5 e Resident Evil 6, o regresso de Claire Redfield e Barry Burton foi recebido de braços abertos. A história não é muito complexa, o que dá alguma leveza ao tom sangrento do jogo (e se este jogo é sangrento). Os fãs da série vão ficar satisfeitos com o rumo que a história leva, e com todas as referências a jogos anteriores, especialmente a Resident Evil 5.
O jogo divide-se em quatro episódios principais e dois episódios extra. Os quatro episódios principais dividem-se, na primeira parte jogamos com Claire e Moira, e na segunda com Barry e Natalia. Esta divisão por capítulos dá ritmo à história, semelhante ao que encontramos em séries de televisão e já tinha sido feito em Revelations. A grande diferença foi que Revelations 2 foi lançado por episódios ao longo de 4 semanas, no final foi também lançada uma versão física com todos os episódios da história e extras, assim como todos os fatos e personagens do modo raide.

Graficamente o jogo é fantástico, abandona o estilo extremamente realista de Resident Evil 5, mas fá-lo de maneira consciente. Resident Evil nunca tentou ser realista, afinal trata-se de uma série sobre guerras biológicas e vírus que trazem de volta os mortos, e neste caso os gráficos representam isso. Claro que têm um grande nível de detalhe, as versões para Playstation 4 e Xbox One apresentam texturas cuidadas e modelos aprimorados, mas as versões para Playstation 3 e Xbox 360 não lhes ficam atrás. É um jogo bonito de se ver, mas não vai trazer aquela proximidade à realidade como outros jogos da nova geração tentam fazer. E neste caso, isso é bom.

O gameplay não é frustrante. Pelo menos a maior parte do tempo. O gameplay é semelhante ao de Revelations, e dos jogos mais modernos da série. Podemos controlar quatro personagens: Claire, Moira, Burton e Natalia. E não só as podemos controlar como vamos mesmo ter de as controlar. Embora ao longo do jogo seja claro que Claire e Barry são os verdadeiros protagonistas e Moira e Natalia apenas ajudantes, em diversas situações seremos obrigados a trocar de personagem.
Claire e Barry são os especialistas em armas, e apenas eles as poderão usar, Moira e Natalia usam armas improvisadas e os seus sentidos para se defender.
Moira tem uma lanterna que pode usar para encontrar itens escondidos e cegar os inimigos, e tem também um pé-de-cabra que usa para destrancar arcas, portas e quebrar caixas, pode também usá-lo para acertar em inimigos mas é pouco eficaz. Moira pode ainda usar armas secundárias como garrafas incendiárias ou explosivas.
Já Natalia é bastante diferente. Natalia tem um sexto sentido que lhe permite encontrar inimigos e ver os seus pontos fracos, isto torna-se indispensável durante o jogo para derrotar grande parte dos inimigos, pode também encontrar itens escondidos pelo cenário apontando para eles. Natalia é a grande revelação deste título, não se deixem enganar pela trança e camisa de noite, esta miúda é invencível. Mesmo não podendo usar armas, Natalia não se assusta facilmente, atravessando paredes por pequenos buracos para abrir portas trancadas ou ativar máquinas. Natalia pode ainda usar tijolos espalhados pelos cenários para atacar os inimigos, embora não seja muito eficaz, é algo que em certas situações ajuda imenso.
O jogo tem ainda um sistema de habilidades que podem ser compradas com pontos ganhos ao encontrar jóias ou cumprir pequenos desafios durante a campanha. Desde melhorias dos itens de cura, aumento do poder de fogo das armas secundárias, entre muitas outras habilidades estão disponíveis.
O sistema de modificação de armas está de regresso. As partes de armas podem ser encontradas pelos cenários e depois aplicadas nas bancadas, semelhante ao que acontecia em Revelations.
Uma nova mecânica semelhante à implementada em The Last of Us permite que se criem novos itens de cura e armas secundárias, mas ao contrário do presente em TLoU não são necessárias várias partes para criar um novo item, apenas dois itens são necessários para a criação do novo item. As armas secundárias requerem obrigatoriamente uma garrafa vazia que pode ser combinada com álcool, pólvora, e químicos, enquanto os itens de cura usam ervas, panos e álcool.
Os colecionáveis de Revelations 2 são moedas que Claire e Barry podem destruir, desenhos fotossensíveis que Moira encontra nas paredes, e larvas de insetos que Natalia esmaga com os seus tijolos.
Os episódios extra exploram dois tipos de jogo diferente. Em The Struggle temos um shooter de sobrevivência a hordas de inimigos, enquanto em The Little Miss temos um jogo stealth puro com bastante influência da série Silent Hill. Os episódios extra acrescentam imenso à história principal e não devem ser menosprezados.
Para além do modo história, o modo raide regressa em Revelations 2. Semelhante ao modo The Mercenaries presente em grande parte dos títulos numerados da série principal, o modo raide coloca os jogadores num mapa a combater hordas de inimigos, evoluindo a cada missão completa. O modo de raide tem muitas personagens jogáveis novas, com o regresso de algumas personagens de outros títulos da série. Não é tão aprimorado como o presente em Revelations e faz uso de microtransactions, mas não deixa de ser um bom modo para aumentar o tempo de jogo. Ligando à ResidentEvil.Net tem-se ainda acesso a missões e itens exclusivos.

A qualidade deste jogo passa também pela sua trilha sonora, que se adequa ao clima sangrento da história. O elenco é também ele genial, embora a nova voz de Claire tenha sido alvo de críticas por parte dos fãs da série, a verdade é que a nova voz fez um excelente trabalho ao dar vida a esta Claire mais madura. Destaque também para as vozes de Moira e Natalia que conseguiram tornar as personagens bem reais. O trabalho dos atores neste jogo é fenomenal, pela primeira vez num Resident Evil as falas são ditas da forma certa, nos tempos certos, sem exageros ou gritos desnecessários.

Resident Evil Revelations 2 é um jogo feito para os fãs, e para todos aqueles que gostem de uma boa história, personagens credíveis e, claro, zombies. O próximo filme da série talvez empreste alguns elementos deste jogo, uma vez que o figurino usado por Ali Larter durante as filmagens é igual ao que Claire usa em Revelations 2.

Resident Evil Revelations 2 está disponível para download em formato episódico para Xbox One, PS4, Xbox 360, PS3 e PC, estando também disponível uma versão física com todo o conteúdo para todos estes sistemas. Está disponível também um port para Playstation Vita com todo o conteúdo da versão físca.

quinta-feira, agosto 07, 2014

Resident Evil Revelations

Em 2012 a Capcom tentou trazer o espírito de survival horror que caracterizou os 4 primeiros jogos da série. No entanto os elementos de acção dos títulos mais recentes também não foram deixados de fora neste que foi um título marcante para a Nintendo 3DS.
Chris desapareceu enquanto procurava informações sobre a Veltro, uma organização terrorista responsável pelo ataque à cidade flutuante de Terragrigia. A BSAA descobre o seu paradeiro algures no mar mediterrâneo e Jill e o seu novo parceiro, Parker, são enviados em para o resgatar. Ao chegarem a um luxuoso barco à deriva no meio do mediterrâneo, Jill e Parker descobrem que há mais por trás do desaparecimento de Chris e desta organização.
Revelations é um jogo do tipo survival horror com alguns elementos de acção, e conta com uma campanha exclusiva em single player. Em grande parte do jogo iremos controlar Jill Valentine, um dos mais conhecidos rostos da série, mas há também 3 outras personagens controláveis, são elas Chris, Parker e Keith.
O jogo foi originalmente concebido como um spin off da série mãe, embora seja canon, uma vez que se passa entre Resident Evil 4 e o DLC Lost in Nightmares de Resident Evil 5.
O jogo desenrola-se como uma série de televisão dividido em capítulos, o que ajuda na mudança de cenários, personagens e linhas de tempo. A história é interessante e encaixa bem com os restantes títulos da série, no entanto consegue ser um pouco confusa devido à quantidade de informação presente nas cutscenes.
O gameplay é semelhante aos presentes nos restantes títulos da série, num estilo terceira pessoa com câmara por cima do ombro. É possível alternar entre terceira e primeira pessoa.
Uma das grandes novidades deste jogo é o regresso de elementos que tornaram os primeiros jogos da séries tão icónicos, a escassez de munição, os puzzles, a exploração, e o sentimento de perigo eminente que se vive ao longo do jogo.
O gameplay com Jill é o melhor de todos os disponíveis no jogo, pois é mais focado na exploração e no survival horror (nas cenas com Chris, Parker e Keith, a munição não é tão escassa). Para desfrutar ainda mais deste espírito de exploração foi introduzida uma nova ferramenta, o Genesis Scanner, que deve ser usado para encontrar itens escondidos no cenário e também para avaliar inimigos.
Os inimigos desta vez não são exactamente zombies, mas sim infectados pelo novo vírus da trama, o T-Abyss. O T-Abyss provoca mutações nos seres vivos que entram em contacto com ele, tornando-os Oozes. Os Oozes são inspirados em criaturas marinhas uma vez que o vírus que os infecta provém das profundezas do oceano. Estão também presentes alguns inimigos já conhecidos da série, como os B.O.W.s Hunters.
Entre as novidades introduzidas no jogo estão também a capacidade de nadar, e a possibilidade de customizar as armas através de peças especiais espalhadas pelo Queen Zenobia, o navio que serve de palco principal da trama.
O jogo conta ainda com um novo modo, o modo Raid, focado no combate e que conta com um modo multiplayer. No modo Raid iremos visitar alguns dos cenários do jogo derrotando criaturas para ganhar pontos.
O sucesso do jogo fez com que a Capcom o adicionasse à história principal da série, e fez também com que um port para as consolas de sala e PC fosse lançado em 2013, com novos inimigos, nova colocação de inimigos e itens, e um novo nível de dificuldade.
Resident Evil Revelations é um título a não perder para todos aqueles que sentem que a série perdeu o seu encanto. Não se irão desiludir.
Disponível para Nintendo 3DS (aconselha-se a utilização do periférico circle pad), X-Box 360, Wii U, Playstation 3 e PC.

sábado, fevereiro 01, 2014

Tomb Raider Legend

Após o fracasso de Angel of Darkness a CORE Design perdeu os direitos da saga Tomb Raider, porém a sua produtora Eidos não estava disposta a largar de vez uma das suas séries mais famosas, entregando-o assim à Crystal Dynamics que em 2006 nos trouxe uma nova aventura da arqueóloga Lara Croft.
Em Tomb Raider Legend, Lara, após sofrer um acidente de avião que levou ao trágico desaparecimento da sua mãe quando tinha apenas 8 anos, vive com a memória do acidente e da causa do desaparecimento da sua mãe. Descobre então, na Bolívia, um artefacto de pedra semelhante ao que levou ao desaparecimento da sua mãe. Percebe então que existem diversos daqueles artefactos em todo o mundo, mas rapidamente descobre que não é a única em busca destes artefactos. Amanda Evert, uma antiga amiga de Lara que julgava estar morta também procura Excalibur, a mítica espada do rei Artur para activar o artefacto e ir para Avalon.
Tomb Raider Legend foi uma lufada de ar fresco na série. Lara estava de volta, e melhor que nunca. Os túmulos e artefactos antigos estavam de volta (embora também incluísse alguns cenários mais modernos, como a Tokyo moderna).
Os controlos estavam completamente redesenhados para a utilização de analógicos, o que tornava o movimento de Lara muito mais fluido que nos títulos anteriores. Havia também a inclusão de acrobacias para escapar dos ataques de inimigos, Lara podia rebolar pelo cenário enquanto mirava, saltar por cima dos inimigos activando uma sequência em câmara lenta que ajudava a disparar com mais precisão.
O jogo contava também com quick time events (QTE), também uma novidade na série.
Desta vez Lara contava com a companhia e ajuda de Zip (que tinha aparecido anteriormente em Tomb Raider Chronicles) e de Allister, que tornam o jogo mais dinâmico conversando com Lara através de um auricular, e ajudam também a perceber melhor a história dando alguns dados extra.
Os segredos estavam também de volta, divididos entre bronze, comuns e fáceis de encontrar, prata, mais raros e escondidos, mais ainda assim fáceis de encontrar, e ouro, apenas um por nível e que por norma implica um puzzle especial só para o alcançar.
O arsenal de Lara estava também alterado. As duas pistolas regressaram, mas a quantidade de armas secundárias foi reduzido para apenas uma, que se poderia alterar conforme as armas deixadas para trás pelos inimigos. O arsenal de Lara incluía agora também um gacho magnético que permitia atravessar grandes distâncias e puxar objectos metálicos, uma lanterna (PersonalLightSource) para iluminar os cenários mais escuros, e um PDA com dados sobre os objectivos da missão, o arsenal de Lara, as missões anteriores, etc.
A Mansão de Lara estava também de volta. Desta vez a mansão era inspirada na apresentada no primeiro filme da série, e contava com ainda mais recantos para explorar.
O jogo contava com o maior número de fatos alguma vez presente num Tomb Raider, para além dos fatos presentes em cada um dos níveis, coleccionar segredos desbloqueava novos fatos que poderiam ser usados na mansão de Lara, ou ao repetir os níveis.
No entanto Tomb Raider Legend foi criticado pela sua duração, que contava com apenas 8 níveis e com um tempo de jogo em torno das 5 horas, uma duração bastante curta.
Tomb Raider Legend é o primeiro título da trilogia Tomb Raider criada pela Crystal Dynamics e está disponível para XBox, XBox360, Playstation 2, Playstation Portable, Playstation 3 (como parte da Tomb Raider Trilogy HD), PC, GameCube, Gameboy Advance, Nintendo DS, e telemóveis.